quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ILHA DA BOAVISTA em Cabo Verde

Quem aterra na Boavista não imagina que ficará agarrado a esta ilha para toda a vida!
Há no ar, sente-se não sei o quê, que nos envolve e nos dá serenidade. Estar nesta ilha faz bem ao espiríto!
Uma paisagem de contrastes. Pequenos oásis verdejantes de coqueiros e tamareiras, contrastam com imensas dunas de areia de impressionante brancura como as do Deserto de Viana ou zonas secas e áridas que se assemelham a uma paisagem lunar.
Aqui nasceu a MORNA, de uma expressão entre o fado português e os ritmos africanos, e é uma expressão fiel do amor, sofrimento e nostalgia do povo cabo-verdiano.

Boavista é a ilha das dunas que encontram o mar. Tem praias maravilhosas, onde o mar tem uma mistura de côr azul e verde indefinida e uma temperatura óptima.
Praia de Chave (onde ficava o nosso resort), Costa da Boa Esperança (onde fomos à noite, com a luz do luar, ver as tartarugas a desovar), Praia do Curralinho (conhecida pela praia de Santa Mónica, praia semelhante que existe nos Est. Unidos) com 10 Km de extensão, deserta e virgem, pelo difícil acesso. Pela imensidão e beleza sentimo-nos "donos " das praias.............
Perto de Rabil encontra-sa um vale rico em vegetação onde predominam os coqueiros e as tamareiras, numa bacia hidrográfica considerada a maior de Cabo Verde.
Quando passamos lá não tinha gota de água................
No dia seguinte choveu 12 horas seguidas (não chovia há 1 ano!!!!!!!!!!)
Entretanto, segundo informação do nosso guia Joel, através de email, em Setembro voltou a chover muito na Boavista e a ribeira de Rabil está muito verde, aliás toda a ilha está verde!
Menina linda da Povoação Velha.
Visitamos Povoação Velha, Rabil (terra do Joel) e a vila de Sal-Rei, uma vila linda, com edificios lindos em franca recuperação. Sinais arquitectónicos de um passado áureo, quando as salinas do séc. XVII eram a fonte principal de riqueza da ilha.
Ilha plana, de gente sempre aberta ao relacionamento, serena, alegre e bem formada.
Tivemos a sorte de ter como guia, o simpático Joel, que com a sua serenidade nostálgica, nos vendeu muito bem a ilha...................Que um dia realize o seu sonho!!!!!!!Nö stress..........
Quatro dias maravilhosos e bem passados. Com a nossa "energia" conseguimos que chovesse na Boavista nas nossas férias.........E pelos vistos a chuva continua..........
E como nos ensinou o Joel até amanhã, volta com Deus e com a chuva..............
Um dia havemos de voltar..................
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terça-feira, 2 de setembro de 2008

SARGAÇO A apanha do Sargaço em Aver-o-Mar

Por indicação dos Cardiologistas, devemos fazer todos os dias uma caminhada!
Porque tenho o privilégio de morar numa terra à beira-mar plantada e plana, tenho as condições reunidas para melhorar a minha condição física e ter uma velhice cheia de actividade
Assim um dos meus percursos preferidos é junto à praia até à freguesia de Aver-o-Mar.
Foi numa dessas caminhadas no mês de Julho que fiz esta reportagem fotográfica.
Na época das marés-vivas, quando as ondas assolam a costa com fúria, as algas são arrancadas dos rochedos (penedos). Mais tarde, o vento e a corrente empurrá-las-ão para a costa, formando uma linha negra na praia.

As algas constituem um bom sistema de fertilização dos campos. O sargaço (ou argaço-como diz o povo) depois de seco é utilizado como adubo.
A apanha do sargaço é um costume muito antigo, já mencionada no Foral de D. Dinis.
O ritual da apanha é maravilhoso. Depois da agitação do mar, vem normalmente uma "calmia"
que nos traz um cheirinho a maresia, que põe de rastos qualquer perfume Chanel!!!!!!!!!!!!

Os homens e as mulheres (fortes e vigorosos) saltam para a praia munidos de ancinhos e carrelas onde levam o sargaço. À sua espera estão as carroças puxadas pelos famosos burros de Aver-o-Mar, que transportam o sargaço para os campos de terreno arenoso, precisando de ser adubados.
O sargaço é seco e depois espalhado na terra.
Quem não conhece o sabor das batatas, cebolas e pencas de "abremar".

O sargaço que sobra é empilhado em montes, de forma cilíndrica, encimados por uma cobertura de forma cónica. Atam-no com umas fiadas de arame às quais prendem pedras, para o defenderem da força do vento.
Estas "CAPELAS" são feitas com palha centeia para proteger o sargaço da acção das chuvas, impedindo que fermente e perca grande parte do azoto.

Hoje em dia já usam por vezes o plástico e em vez de carroças, tractores.

Este processo antigo de adubar as terras é bem mais económico que os adubos industriais.
Só obriga a uma pequena licença na capitania, que por vezes nem existe.
Com a subida do petróleo nota-se que a apanha do sargaço está mais intensa.
Vantagens:
Exercício físico para os apanhadores de sargaço, vida ao ar livre, não gastam dinheiro em adubos, não poluem o ambiente, limpam as praias e depois vendem-nos aqueles produtos saborosos....

Quem nunca assistiu a esta árdua tarefa das mulheres e homens poveiros, fica convidado para aparecer na Póvoa, durante os meses de Verão e ficará deslumbrado.........
VAMOS VER O MAR.......................